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VIII Mêda+ : resumo do segundo dia

Por Mariana Ribeiro

Few Fingers no palco parque

Já com uma noite de sucesso na bagagem, o Mêda+ despertou mais agitado no seu segundo dia. A tarde, passada junto ao Palco Parque, foi preenchida com canções embaladas pelo folk lap steel guitar dos Few Fingers. O projeto musical que lançou o seu álbum de estreia em 2015, estreou-se agora no Jardim Municipal da cidade da Mêda em trio. Além de Nuno Rancho e André Pereira, Luís Jerónimo (dos Nice Weather for Ducks) juntou-se à dupla sensação de Leiria. Sabendo “mais ou menos para o que vinham”, tinham o desejo de se divertirem, acabando por revelar um pouco do novo álbum que, segundo reiteram, continuará no registo habitual, mas terá músicas mais “festival friendly”. Num balanço da passagem pelo festival, os Few Fingers destacaram o ambiente inédito proporcionado por um concerto mais intimista, diurno e a céu aberto.

Surma no palco parque

Também Surma (Débora Umbelino) assim o destacou, acrescentando que este tipo de atuação “é muito mais relaxada”. Ainda que seja suspeita por “adorar tocar ao ar livre”, quis, sobretudo, levar o público presente, dos 8 aos 80 anos, “a fechar os olhos e a ir na viagem”. E, assim, descalça, com a sua simplicidade e perfeccionismo, estreou-se no Mêda+, do qual destaca o “ambiente brutal e pessoal boa onda”, desde a organização ao público que a ouviu.

The Twist Connection

Com o cair da noite, todos os caminhos davam ao recinto: comparativamente com a anterior, a segunda noite contou com um maior número de pessoas de diferentes faixas etárias, num público muito mais receptivo e vibrante em todos os 3 concertos. Os primeiros a subir ao palco foram os The Twist Connection e pelo público nunca de lá tinham saído: a banda de Coimbra brindou os seus fãs com um repertório e atuação que lhes encheram bem as medidas.

Keep Razors Sharp

Seguiram-se os Keep Razors Sharp, igualmente eletrizantes e com grande recetividade por parte do público. O último concerto, o mais esperado da noite, esteve a cargo dos Mundo Cão: depois de 4 anos sem atuar ao vivo e a trabalhar num novo disco, “não podiam deixar de aceitar o convite” para tocar no Mêda+. O público agradeceu e vibrou ao som das músicas que marcaram a adolescência de muitos dos presentes no recinto. Para acabar em grande, a DJ Katy Spikes brindou os mais resistentes com um set que fez as delícias dos grandes amantes do rock n’roll. 

Mundo Cão
Katy Spikes

A caminho da terceira e última noite da VIII edição do Mêda+, a fasquia está mais elevada que nunca, tal como as expectativas dos campistas que esperam encerrar mais um ano de festival de forma memorável.

VIII Mêda+ : resumo do primeiro dia

Por Mariana Ribeiro

 

Corria o ano de 2010 quando no final de julho na cidade da Mêda ganhava uma nova vida: inaugurava-se um festival que lhe acrescentava (mais) um sem número de boas razões para esta ser palco de 3 longas noites de música e convívio entre um número (sempre) crescente de participantes que a ela se começavam a deslocar, ano após ano. Sete edições depois, além do recinto habitual dos concertos, o festival pensando por (e para) jovens cresceu: com a sua mais recente aposta, o Palco Parque – em pleno Jardim Municipal -, deu-se o pontapé de saída para a VIII edição do Mêda+.

Ana one man band no Palco Parque

Ana one man band Gobi Bear foram os protagonistas: bandas de um homem só, Gabriel Salgado e Diogo Pinto, assim respetivamente, estrearam-se no festival naquele que, para ambos, está a ser um ano de grandes surpresas. Músicos e compositores vimaranenses, partilham a cidade berço, a idade e a editora que os representa. Gabriel escolheu um prefixo de origem grega (Ana) para apelidar a sua banda, uma vez que este significa “repetição, evolução e mudança”, assentando perfeitamente na descrição que faz do seu próprio percurso. Sobre sentidos e significados que se possam retirar das suas músicas, destaca que variam “de local para local”, de acordo com a sua performance e disposição, dependendo, por sua vez, do tipo de público e das suas próprias disposições naquele momento. E foi muito isto que trouxe ao Mêda+: para além da apresentação do seu disco “Abril”, lançado em janeiro de 2017, procurou que o público pudesse e conseguisse retirar “as suas próprias experiências” do “som ambiente” que foi entoando pelo Jardim Municipal da cidade. A estrear-se em festivais, Gabriel continuará a “seguir um bom rumo, aproveitando todas as oportunidades” que a música lhe proporciona. Neste caso particular, destaca as condições e factores apelativos do festival, que o farão voltar, não só como músico, mas como campista.

Gobi Bear no Palco Parque

Diogo Pinto, que se apaixonou pela história dos ursos “gobi” (espécie ameaçada devido a mudanças climáticas), voltou à música depois de alguns anos hibernado e 6 discos lançados (entre 2011 e 2014). Através da “beleza das coisas simples”, quis deixar a sua marca: primando pela simplicidade, aceitou “o desafio” do Mêda+, trocando a sua preferência pelo inverno e pelas atuações em salas, para atuar no verão e a céu aberto. Não sabendo ao certo se as pessoas iriam começar a chegar à medida que o concerto ia decorrendo, “de uma forma mais ou menos tímida”, o único Gobi Bear da zona norte do país foi tocando e (en)cantando naquela que foi a segunda atuação da primeira tarde de Palco Parque. Prestes a gravar um novo disco e a atravessar uma fase mais adulta e segura da sua carreira, descreve as suas músicas como “concretas e vagas o suficiente” para significarem o que quer que signifiquem, tendo muito de si e de seu em cada uma delas.

First Breath After Coma
Sensible Soccers
DJ Francisco Cunha

De significados vários também foi preenchida a primeira noite do Mêda+: com um cartaz repleto de nomes tão sonantes quanto estreantes no festival, o recinto encheu-se de largas centenas de jovens para ouvir Nice Weather for Ducks, First Breath after coma Sensible Soccers, ao longo de três concertos que corresponderam às expectativas dos fãs presentes e da organização. “Last but not least”, o DJ Francisco Cunha encerrou a noite com chave d’ouro, perante um recinto ao rubro.